Caacupé é uma palavra
guaraní que significa "detrás dos montes" e nome da bela cidade da
Cordilheira dos Altos, no Paraguai. Situada a cinqüenta e três quilômetros da
capital Assunção, possuí uma das mais lindas paisagens do país e é considerada
a Capital Espiritual da República, porque na sua Basílica se venera a Virgem de
Caacupé, padroeira da nação.
Segundo a tradição a cidade nasceu em torno desta
devoção mariana. Consta que em 1600, um índio convertido pelos franciscanos,
exímio escultor, vivia numa pequena aldeia próxima do povoado de Tabotí. Certo
dia ele andava pelas montanhas quando foi capturado pelos temidos índios
Mbayes, uma tribo ainda pagã. Mas conseguiu escapar e escondeu-se atrás de um
gigantesco tronco. Nestes momentos de aflição e angústia, rezou com fervor à
Virgem Imaculada para sair vivo dalí. Enquanto esperava prudentemente o tempo
passar, esculpiu duas imagens da Virgem Maria: uma grande para colocar na
igreja de Tabotí e uma menor para sua devoção pessoal.
Durante a grande enchente do Lago Tapaicuá, em
1603, todo o vale de Pirayú foi inundado e a força das águas arrastou tudo por
onde passava. Surpresos, os habitantes da pequena aldeia e o índio escultor
trataram de retirar as crianças, os velhos e os mais fracos. Depois não
conseguiram salvar mais nada, nem mesmo a pequena imagem de Nossa Senhora que
viram ser levada pela correnteza. Quando as águas recuaram, eles pensaram em
abandonar o local, pois as casas estavam quase destruídas. Entretanto
desistiram ao constatar que a imagem da Santíssima Virgem milagrosamente voltara
ao mesmo lugar.
Os habitantes reconstruíram a aldeia e começaram a
propagar o culto de Nossa Senhora dos Milagres. Outro índio, carpinteiro de
profissão, construiu uma pequena capela onde a imagem milagrosa foi colocada no
altar, e passou a ser cultuada com o nome de Nossa Senhora dos Milagres de
Caacupé.
Ao longo do tempo essa igreja sofreu várias
reformas e ampliações, ganhou vários anexos e chegou à arquitetura do atual
Santuário mariano. Nossa Senhora dos Milagres de Caacupé é venerada anualmente
no dia 08 de setembro. A população lhe dedica uma gratidão tão grande que a
padroeira é carinhosamente chamada de Virgem Azul do Paraguai.
Não existe nenhum registro histórico sobre a
imagem maior cultuada na igreja de Tabotí, talvez tenha sido levada e destruída
pelos índios Mbayes, num dos saques que fizeram contra esse templo.A identidade
e o paradeiro do índio cristão escultor permanecem incertos.
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