Nas últimas décadas do século III, dois cristãos, Marino e Leão,
procedentes da ilha de Arbe, na Dalmácia, viajaram para Rimini, Itália,
atraídos pela oportunidade de trabalhar como escultores, onde evangelizaram a região
e ali morreram. Os dados que temos além desses fazem parte de uma vigorosa
tradição cristã.
Ela nos conta que, assim que Marino chegou,
procurando pedras para o seu trabalho, descobriu a região do monte Titano,
ficando maravilhado pela imponência do monte e beleza do local, tanto assim que
sempre que podia voltava para lá. Além de trabalhar no seu ofício, desenvolvia
a missão de converter a população riminiense ao cristianismo. Devido a essa
atividade, certa vez uma senhora pagã, maldosa e sem caráter, querendo
impedi-lo de propagar a religião, dizendo ser sua esposa, acusou-o às
autoridades de professar o cristianismo.
Como era época de perseguição aos cristãos imposta
pelo imperador Diocleciano, ele foi obrigado a refugiar-se na floresta do monte
Titano, a qual conhecia muito bem. Todavia a citada senhora foi atrás dele
tentando dar crédito às suas acusações. Marino não encontrou outra maneira de
defender-se dela a não ser com suas orações e jejum, aguardando por um milagre
da Providência divina. E ele chegou. A senhora, vendo sua total entrega à
vontade de Deus, converteu-se e redimiu-se. Voltou a Rimini, onde se explicou
às autoridades e à população.
A tradição narra, também, que Marino e Leão, para
evitar outras experiências daquele tipo, retiraram-se para junto de uma pequena
comunidade que vivia no alto do monte Titano, estabelecendo a região como seu
definitivo refúgio. Depois, Leão transferiu-se, sozinho, para o vizinho monte
Feretrio, atual Montefeltro. Mas o terreno onde ficou Marino era de propriedade
de dona Felicíssima, uma das mais influentes matronas da comunidade, cujo
filho, Veríssimo, amante da caça, decidiu fazer de Marino sua presa. Ao ser
encontrado, ele se defendeu da violência somente com a força das orações ao
Senhor; foi escutado imediatamente, pois, quando o jovem tentou atingi-lo,
ficou paralisado como uma estátua.
Sabendo do fato prodigioso, a mãe, dona
Felicíssima, foi em seu socorro, suplicando a Marino o perdão pelo ato tão
violento do filho Veríssimo, que, graças ao desespero da mãe e à intercessão
das orações de Marino, voltou à normalidade. Depois, converteu todos da família
de dona Felicíssima, que doou a Marino as terras daquela região do monte
Titano. Além disto, pelo seu trabalho de pregação e a conversão de cristãos, o
bispo de Rimini, Gaudêncio, também venerado como santo, conferiu a Marino a
ordem do diaconato.
Marino morreu no ano 366. Foi sepultado na igreja
que ele mesmo havia erguido e dedicado a são Pedro, atualmente dedicada a são
Marino. O local tornou-se meta de uma peregrinação tão vigorosa que seu culto
foi reconhecido pela Igreja pela devoção dos fiéis, sendo festejado no dia 3 de
setembro. O mais interessante é que da sua atuação evangelizadora frutificou um
país. Assim, na história de Igreja, são Marino é o único santo fundador de um
país e padroeiro da república que leva o seu nome, a pequenina e bela República
de São Marino.
FONTE: Paulinas em 2014
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